quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vladimir Ilich Ulianov, vulgo Lenin


Lenin em 1917. Imagem: Econ Faculty.
Nascido em abril de 1870, durante 74 anos a Rússia comunista foi a representação da mente e do espírito desse homem, cuja bibliografia se confunde com a do próprio país. Nasceu na cidade de Simbirsk ás margens do rio Volga, filho de família tradicional desfrutou de conforto.
Seu paí era Inspetor Escolar, chegou ao posto de Conselheiro Municipal com status de nobreza transferível a seus descendentes. Conservador-liberal, seu paí morreu em 1886.
Seu filho mais velho Aleksandr foi preso por tramar a morte do Czar. Lenin ganhava medalhas de ouro ano após ano nos estudos, sem demonstrar interesse político, possuía bom comportamento; com esse currículo ingressou na Universidade de Kazam. O diretor da sua escola na cidade natal, recomendando-o ao curso superior referiu-se a ele (Lenin), como:
“Jovem retraído, não sociável, jamais deu trabalho ao seus superiores ou professores, seja por atos ou palavras que fizessem que formassem a seu respeito opinião desfavorável.”
Ao entrar na universidade reconhecido como irmão de Aleksandr que acabara de ser executado, naquele mesmo ano. Lenin foi atraído por uma organização política clandestina. Em uma reunião da organização em protesto contra alguns regulamentos a polícia prendeu todos e junto estava Lenin que foi expulso da faculdade e não pode ingressar em outra.
Durante 4 anos ficou ocioso, familiarou-se com literal radical, transformou-se em um revolucionário fanático determinado a destruír o Estado e a sociedade que havia tratado de modo tão vil.
 Lenin aos 4 anos de idade em 1874. Imagem: Econ Faculty.
O escritor Strude fala do Estado de espírito Lenin, com o contato frequente que teve com ele no século XIX:
Era abstrato e frio.
Apoiado noo Marxismo radical.
Revoltado com a Guerra de Classes.
Destruír o regime Czarista inimigo.
Ódio à autocracia (Czar).
Ódio à burocracia, liberais e a burguesia.
Seu rancor tinha algo de repulsivo e terrível, enraizados em emoções e repugnâncias concretas. Sua personalidade conquistava fiéis seguidores, como seu irmão demonstrou interesse pela “vontade do povo”. Veteranos de organizações terroristas de seu irmão ensinaram-no a montar um grupo revolucionário clandestino, manter um ataque continuo ao regime do Czar.  Na última década do século XIX se converte a social-democracia.
Em 1891 as autoridades permitiram que prestasse exame para obter o diploma de Direito, Lenin já combinava o anarcoterrorismo e a social-democracia. Strude acrescenta sobre Lenin:
“Figura baixa, atarracada, prematuramente calvo, maneira brusca de falar, riso sarcástico causavam má impressão”.
 Lenin com peruca e com a barba raspada na Finlândia em 11 de agosto de 1917. Imagem: Econ Faculty.
Descrito pelos que o conheciam como um tipico verdureiro ou mestre de escola da aldeia. Seu fogo interno logo consumia a primeira impressão que causava nas pessoas.
Conhecia só duas categorias de homens, amigos e inimigos, bons e maus cidadãos. Com esse pensamento, considerava a política como um conflito permanente no poder, suas atitudes e de seus companheiros impregnava o regime. Intolerância a ponto de vista contrários, mentalidade totalitária, não aceitava críticas nem as ouvia.
Sua ausência de escrúpulos moral atraíam pseudo-intelectuais aspirantes à certeza do mundo incerto. Eles acorreram ao Partido Bolchevique juntamente com os camponeses jovens, semi-analfabetos, que convergiam para a cidade em busca de trabalho.
No partido de Lenin coeso em torno de lemas simples eles se sentiram participantes.
Lenin era mais tolerante com seus seguidores ainda que discordassem dele, demonstrava um tipo especial de modéstia. Submerso na causa seu ego não carecia de adulação pessoal, comumente associado a ditadores, bastava alcançar o êxito. Possuía um forte traço de crueldade e condenou milhares de pessoas a morte, sem remorso, embora também sem prazer.
O escritor Máximo Gorki que o conhecia bem, disse que os seres humanos não lhe despertavam interesse.  Pensava apenas em partidos, massas e Estados.
Sempre que havia risco físico ele se eclipsava abandonando suas tropas. Sua força como revolucionário foi sua fraqueza como homem. Carecia das qualidades humanas para governar. Lenin não compreendia que pessoas, comuns quisessem simplesmente viver em paz.
 
 Lenin em 1887. Imagem: Econ Faculty
Em 1893, foi preso por distribuir panfletos na porta de fábricas apoiando revindicações econômicas dos operários, exilado na síberia com sua noiva Nadejda Krupskaia alugou uma casa, passou esse período escrevendo e praticando atividades físicas ao ar livre.
Lenin dizia que o movimento trabalhista, separado da social-democracia (...) inevitávelmente se tornava burguês. Com essa afirmação quis dizer que os trabalhadores precisavam de revolucionários profissionais, ou trairiam os interesses da classe e acabariam se vendendo pelo seu próprio bem.
Os objetivos de Lenin para o campesinato era torna-los assalariados do Estado como os trabalhadores das fábricas. Para as minorias etnícas Lenin oferecia tudo ou nada, poderiam tornar-se russas ou optar pela separação. Sendo mais tarde trazidas de volta ao curral.
O Partido Bolchevique de Lenin, mantinha revolucionários 24 horas por dia na ativa. Então era de bom tom nos circulos mais ou menos radicais dar dinheiro aos partidos revolucionários. Recorriam até mesmo a assaltos, eufemisticamente chamados de expropriações.
Lenin usava o dinheiro roubado para pagar salários e publicar jornais na Rússia. Lenin, mantinha contato com a Alemanha e a Austria-Hungria, trocando informações da Rússia por dinheiro. Isso era alta-traição e Lenin escondeu isso a vida inteira das pessoas, somente veio à público após sua morte. Em 1910 começou um romance com uma mulher casada Inessa Armand, esposa de russo rico. Inessa Armand, foi o único ser humano com quem Lenin, manteve real intimidade.
 Fotografia da prisão de Lenin em dezembro de 1895. Imagem: Econ Faculty
Lenin possuía um agudo senso das fraquezas dos adversários. Lenin guiava-se pelo conceito de Marx:
*Privar o inimigo de forças armadas.
*Desmantelamento das instituições do inimigo.
Marx criou essas teorias baseado na derrota dos Communards na França, que ao invés de aniquilar, eles tomariam as estruturas políticas e militares existentes.
“Não transferir de um conjunto de mãos para outro a máquina burocrática-militar, como tem sido feito mas cuidar de esmagá-la”.
Karl Marx
 Lenin em 1923. Imagem: Econ Faculty.
Lenin gravou e praticou estas palavras. Lenin estudou o livro Psicologia da Multidão, trabalho do sociólogo francês Gustave Le Bom. Uma análise pioneira do comportamento das massas e dos modos de manipulá-lo. O livro de Le Bom forneceu orientação similar a Mussoline e Hitler.
Leandro Claudir
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SHIPLER, David K. Rússia na Intimidade. Rio de Janeiro: Editora Nórdica, 1983.
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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Gulag, campos de concentração soviéticos.

 Localização dos Gulags na União Soviética.( Imagem: Atlas Mundial 1985).

Gulag (Administração Geral dos Campos de Trabalho Correcional e Colônias)era um sistema de campos de trabalhos forçados para criminosos, presos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse ao regime da União Soviética. Este sistema funcionou de 25 de Abril de 1930 até 1960. 

Foram aprisionadas milhões de pessoas, muitas delas vítimas das perseguições de Stalin, as consideradas "pessoas infames", para a chamada "Pátria Mãe" (a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), e que deveriam passar por "trabalhos forçados educacionais" e merecerem viver na chamada "Pátria Mãe".

 O Gulag tornou-se um símbolo da repressão da ditadura de Stalin. Na verdade, as condições de trabalho nos campos eram bastante penosas e incluíam fome, frio, trabalho intensivo de características próprias da escravatura (por exemplo, horário de trabalho excessivo) e guardiões desumanos. 

Floresceram durante o regime chamados pelos historiadores de stalinista da URSS, estendendo-se a regiões como a Sibéria e a Ucrânia, por exemplo, e destinavam-se, na verdade, a silenciar e torturar opositores ao regime. 

Embora muitas vezes comparado aos campos de concentração nazistas, os motivos que presidiram à construção de ambos são bastante diferentes: para os gulags, as motivações eram tanto a punição por crimes comuns e não de guerra, como ideologias contrárias ao comunismo, roubo, estupro, imoralidade, vadiagem, delitos de opinião, etc., como também aos adversários políticos do comunismo, enquanto para os campos de concentração a motivação era predominantemente racial (bastante controvertido entre os historiadores, pois o "racial" tinha conotação de ideologia, também entre os nazistas), o regime exterminava pelo frio da Sibéria e maus tratos.

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terça-feira, 10 de julho de 2012

A Europa e o Comunismo


 O Muro de Berlim, erigido em agosto de 1961, era o muro da crueldade e da vergonha. O estigma de um império que só conseguia sobreviver protegendo-se com muros e metralhadoras. Sua queda foi o anúncio da liberdade.

A foto da barreira sendo alegremente desmantelada completa a rica heráldica do século 20: as guerras de 1914 e 1939, Hitler numa cervejaria em Munique, Lenin dançando na neve em 1917, Gandhi com os pés nus diante de soldados ingleses. Cada um desses ícones integra uma constelação de imagens. O dia 9 de novembro de 1989 não fugiu à regra: o concerto de Mtislav Rostropovich enquanto os berlinenses demoliam o Muro com picaretas e martelos no Portão de Brandemburgo.

Como ocorreu nas grandes rupturas da História, estalidos já anunciavam a agonia do grande corpo doente. Em 1980, na Polônia, as greves de Gdanski e o surgimento de um sindicato livre, o Solidariedade, e do líder Lech Walesa, abriam uma brecha na casamata. Na Hungria, a Cortina de Ferro se rompe em pedaços em 19 de agosto de 1989. Nesse dia, diante das câmeras, os chanceleres da Hungria e da Áustria cortaram a cerca de arame farpado que separava os dois países, permitindo a entrada na Áustria de uma maré de alemães orientais que se agrupavam na Hungria.

Semanas antes, o líder soviético Mikhail Gorbachev, o homem da perestroika, em visita a Berlim Oriental, foi acolhido por jovens que gritavam: "Faça o amor e não muros." Um mês antes da queda do Muro, 70 mil pessoas se juntaram diante da Igreja de São Nicolau, na cidade de Leipzig, para vaiar o Partido Comunista alemão oriental. 

E, então, chegava ao fim o longo capítulo iniciado em outubro de 1917 por Lenin, Trotski e o Cruzador Aurora, em São Petersburgo. Em poucas semanas, enquanto a União Soviética ainda prosseguia na sua trajetória já meio zonza (como o pato cujo pescoço é cortado, mas continua a andar jorrando sangue), todas as colônias do império começam a se libertar.

Nós, na Europa, não entendíamos mais nada. Um Estado construído para durar mil anos se desfazia como uma boneca de pano. Além disso, tínhamos esquecido a geografia do continente. Descobrimos que rios, que nunca ouvimos falar, não tinham deixado de correr. 

Fui à biblioteca empoeirada do meu avô em busca dos velhos livros de escola de antes da guerra de 1914. E então recoloquei a Moldávia no seu lugar. Descobri que havia duas Ossétias, uma do Norte e outra do Sul. Toda uma geografia submersa voltava à superfície como um reflexo que sai do fundo cintilante de um lago. Uma Europa fantasma surgia do nada, retomava o seu lugar, preenchia a enorme rachadura que o belo dia de 9 de novembro de 1989 tinha aberto na História do século 20.

Em menos de dois anos, as 15 repúblicas da União Soviética proclamaram sua soberania e depois, com exceção da Rússia e do Casaquistão, a independência. Duas avançaram muito rápido, antes mesmo do golpe de Estado abortado de agosto de 1991 - a Geórgia (abril de 1990) e a Lituânia (março de 1990). As outras seguiram o exemplo.

As "democracias populares", os países da Europa Oriental que, após a 2ª Guerra, caíram pela força, crime ou trapaças na esfera de influência de Moscou, aproveitaram a ocasião. Em Praga, a "Revolução de Veludo", em 17 de novembro de 1989, pôs fim ao comunismo. Na Bulgária, o stalinista Todor Zhikov foi substituído por um comunista mais aberto, Petar Mladenov. Na Romênia, o tirano Nicolau Ceausescu foi derrubado em dezembro de 1989 por um movimento popular. Ele fugiu, mas foi capturado, julgado sumariamente, e executado como um cachorro, com sua mulher. 

Restava a Alemanha Oriental. Seu estado de deterioração era tal que o então chanceler alemão ocidental, Helmut Kohl, decidiu reunificar as duas Alemanhas - ideia que não agradava muitos dirigentes ocidentais, em especial os dos Estados europeus, cujo lema era: "A reunificação: pensar nela, sempre; falar dela, jamais." O então presidente francês, François Mitterrand, chegou a afirmar: "Amo tanto a Alemanha que prefiro que existam duas delas." Mas Kohl insistiu e obteve um acordo de Gorbachev, em troca de concessões à URSS.
Foi o fim do império comunista, ou soviético, no Leste Europeu. A Europa mutilada, dilacerada, de 1950, voltou a se reagrupar e estava livre.

O comunismo não desapareceu em todo o planeta. Em cinco países, o partido único ainda leva o nome de "comunista" ou faz referência ao comunismo. Entre eles, o PC da China, onde as reformas que foram realizadas, sem renegar o comunismo, poderiam portar o lema que resume toda a pobre filosofia das sociedades burguesas livres: "Enriqueçam." Alguns outros países mantêm intacta a teoria e a prática marxistas, como a Coreia do Norte e Cuba.
Em compensação, é preciso reconhecer que, 20 anos depois da debandada, o comunismo e mesmo a União Soviética recuperaram senão a força, pelo menos uma certa atração. E essa atração é explicada, de um lado, por um sentimento intrínseco da natureza humana: a nostalgia. Cada um de nós ama o que foi o seu passado, mesmo que tenha sido sombrio ou triste. De outro lado, essa atração se explica pela imagem com frequência fútil, corrompida e imoral que se tornou a figura do Ocidente.

É na antiga União Soviética que esses ventos nostálgicos sopram com mais constância. Por duas razões: em primeiro lugar, a Rússia não se conforma de ter perdido tantos territórios e ser apenas um simples peão no jogo de xadrez mundial, e não mais uma "das duas superpotências". De outro lado, Vladimir Putin, obcecado pelo império morto, não faz nada para desestimular essas nostalgias. "O fim da URSS foi a maior catástrofe histórica do século 20", disse Putin.

Curiosamente, essa nostalgia também é observada no Ocidente. O comunismo stalinista é rejeitado pela maioria, mas o homem que dominou a ideologia comunista e as ações de Lenin, Trotski, Stalin ou Mao Tsé-tung - o alemão Karl Marx - está tendo um retorno assombroso.

O fim da URSS contribuiu vigorosamente para esse estranho "ressurgimento" de Marx. Caído em desgraça quando a URSS passou a cometer seus crimes, fazer suas asneiras, Marx hoje reencontra sua virgindade, e a sua filosofia - como suas lições de economia - brilha intensamente. Os erros, para não dizer as vilanias, os crimes cometidos pelas sociedades liberais, banqueiras e cínicas do Ocidente colaboram para esse ressurgimento de Marx.
Mas o comunismo, que foi sinônimo - como todas as tiranias - de muro, prisão, silêncio, censura, crueldade, está sob todos os aspectos condenado pelo simples movimento da ciência. Um mundo dominado pela internet com certeza tem seus graves inconvenientes. Mas pelo menos é um mundo onde os muros e as barreiras entre países e cérebros estão destinados a desaparecer. Mesmo o Irã e a China comunista acabarão percebendo isso. A internet anuncia, talvez, o fim dos muros.

*Gilles Lapouge é correspondente em Paris

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domingo, 8 de julho de 2012

China bloqueia referências ao massacre da Praça da Paz Celestial na internet

 Estudantes durante o protesto na China. (Foto: Missão Combate).

Autoridades chinesas bloquearam resultados de buscas feitas na internet sobre termos relacionados ao 23º aniversário do massacre contra manifestantes na Praça da Paz Celestial, em Pequim, ocorrido em 1989.

A censura ocorre no mesmo dia em que o governo chinês decretou a prisão de ativistas políticos, além de ter colocado outros sob intensa vigilância para impedir que participem dos protestos.
Palavras como "23", "vela" e "nunca esqueça", digitadas nos mecanismos de busca chineses, não retornavam nenhum resultado.
Discussões sobre os protestos do dia 4 de junho de 1989 ainda são um tabu no país.
Apesar da censura, alguns usuários conseguiram subir fotos para o microblog chinês Sina Weibo.

Em 1989, militares chineses mataram centenas de manifestantes pró-democracia que se reuniam no centro de Pequim.

Os protestos nunca foram registrados publicamente na China e o governo nunca informou quantos opositores, de fato, foram mortos.

Grupos de direitos humanos, entretanto, estimam que entre centenas e milhares de pessoas morreram durante a ofensiva militar.

Analistas afirmam que a censura a qualquer tipo de referência online ao evento é especialmente importante para Pequim neste ano, já que o governo se prepara para uma troca de lideranças.
"Hoje é o aniversário de um daqueles tópicos que são sempre objeto de alto escrutínio", disse à BBC Duncan Clark, da consultoria BDA China.

"As buscas feitas sobre 'Praça da Paz Celestial' na internet chinesa resultavam em descrições amenas sobre a praça, fotos de visitantes, e principais marcos turísticos".

"Alguns usuários tuitaram que até as buscas pela palavra "hoje" estão sendo censuradas".

O principal microblog chinês, Sina Weibo, desativou a emoticon (símbolo comumente usado na internet) de uma vela, geralmente usada para lamentar mortes no país. 

Em retaliação, os usuários tentaram substituir a emoticon da vela pelo símbolo da tocha olímpica, que acabou, logo em seguida, desativado pelo site.

Quando tentavam buscar por detalhes do massacre, internautas se deparavam com uma menssagem informando que os resultados das buscas não estavam disponíveis "devido a leis relevantes, regulações e políticas".

Com o passar dos anos, segundo Clark, os métodos do governo provaram-se "bastante efetivos" em evitar qualquer discussão sobre o episódio.
"Para muitos chineses, as palavras 'Praça da Paz Celestial' não trazem à mente as mesmas imagens e associações como no Ocidente; trata-se de uma praça como a Trafalgar Square para os britânicos".

"Tal 'ocultamento' demonstra a eficácia dos mecanismos de controle do governo; muitos que nasceram naquele ano ou depois nunca ouviram falar do que aconteceu, até mesmo os graduados nos melhores cursos universitários".

Termos 'sensíveis'

O governo dos Estados Unidos pediu à China que libertasse todos os dissidentes da época que ainda estão na prisão.

Em nota, o Departamento de Estado americano também reivindicou à China que "divulgue publicamente o número de mortos, detidos e desaparecidos" durante o episódio.

Além do massacre de 1989 na Praça da Paz Celestial, as autoridades chinesas censuram os resultados dos termos na internet relacionados ao movimento de independência de Taiwan, ou postagens de termos "sensíveis" referentes ao Tibete, a Xinjiang ou ao Partido Comunista.
Ainda que o Google não seja banido na China, as pessoas que usam o mecanismo de busca são encaminhadas diretamente aos servidores da companhia localizados em Hong Kong.

Recentemente, a filial do Google em Hong Kong adicionou uma nova ferramenta indicando aos usuários, em tempo real, quais palavras são "sensíveis" durante as buscas feitas nos computadores do país.

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